Wednesday, August 30, 2006

Esse netuno que nos invade

Cantar não está pra peixe. Conviver com esse dilúvio arrebatador de sensações divinamente grotescas, onde por segundos, não temos dimensão se o pé está na cabeça ou se a cabeça está no pé... Os braços e mãos em eterna busca de auxilio ao perfeito tom.

Um portal se abre com a velocidade de um tufão, ao longe vem chegando um sussurro, o canal libera latentes movimentos quase como ânsias de prazer...

A alma em espreguissos irreversíveis vai se deixando levar como cheiro de comida caseira fresca...

Um oportúnuo gole do mais precioso tinto desce guela abaixo ávido por encontrar seus fundamentais companheiros de outrora: sussurro, alma...

Numa tríade brutal, como sexo apaixonado à três, rodopiam até a exaustão numa energia “matrix”, incontrolável, brutal, inebriante...

A caixa acústica se toma de convidados ilustres, milagre, drama, metal, vibrato, dor, vida, ar, diafragma, emoção, lágrima, tesão... Todos presentes. Na ante-sala, o público ansioso esbafora em tensão sua saudade curiosa...

Vômito, encantamento...

O parto então se apresenta:

Benza Deus!!!

O canto nasceu!!!

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